quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Quaresma: tempo de Graça e Conversão



Se a desobediência de Adão introduziu no mundo o pecado e a morte, a obediência de Cristo trouxe-lhe o remédio. A Quaresma prepara os fiéis a celebrarem o mistério pascal que é propriamente o mistério através do qual Cristo salva o homem do pecado e da morte eterna, enquanto transforma a morte corporal em passagem à verdadeira vida. A Quaresma é justamente o tempo clássico desta renovação espiritual: “Eis o momento favorável, eis o dia da Salvação” (2 Cor 6, 2).
Compete a cada fiel fazer dela um momento decisivo para a história da própria salvação. Não somente quem está em pecado mortal necessita reconciliar-se com o Senhor. Cada falta de generosidade, de fidelidade à graça impede a amizade íntima com Deus, esfria as relações com ele, é uma recusa de seu amor e exige, portanto, arrependimento, conversão, reconciliação.
Indica o próprio Jesus no Evangelho os grandes meios que devem sustentar o esforço da conversão: a esmola, a oração e o jejum; insiste, sobretudo, nas disposições interiores que os tornam eficazes.



 A esmola “expia os pecados” (Eclo 3, 30), mas quando é realizada unicamente para agradar à Deus e para ajudar os necessitados, e não para atrair louvores. A oração une o homem a Deus e impetra sua Graça, mas quando brota do santuário do coração e não quando é reduzida à vã ostentação ou a simples mover de lábios.
O jejum é sacrifício agradável à Deus e desconta as culpas, desde que a mortificação do corpo seja acompanhada por outra mais importante, a do amor próprio. Só então, conclui Jesus, “teu Pai, que vê o interior, recompensar-te-á (Mt 6, 4. 6. 18), ou seja, perdoará os pecados e concederá graça sempre mais abundante.



Fonte: Intimidade Divina – Frei Gabriel de St. Maria Madalena, OCD.



Nenhum comentário:

Postar um comentário